Localizado na Região Norte, o estado do Pará, com extensão territorial de 1.247.950,003 quilômetros quadrados, é a segunda maior unidade federativa do Brasil, correspondendo a 14,6% do território nacional, atrás somente do Amazonas (1.559.161,682 km²). Conforme contagem populacional realizada em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população é de 7.581.051 habitantes, distribuídos em 143 municípios.
A grande extensão territorial do Pará tem sido um dos argumentos utilizados para uma divisão desse território e a consequente formação de dois novos estados, além do atual Pará: Tapajós e Carajás. Os defensores desse projeto alegam que em razão da extensão paraense, as políticas públicas não são realizadas com eficácia, e a redução dessa área proporcionaria administrações mais eficientes.
Outros estados brasileiros foram criados através da divisão de uma unidade federativa, como, por exemplo, o Tocantins (divisão de Goiás) e Mato Grosso do Sul (fragmentação do Mato Grosso).
Caso seja concretizada a fragmentação do território paraense, o estado de Carajás, localizado na porção sudeste, terá 285.000 quilômetros quadrados, cuja capital será a cidade de Marabá. A população dessa região é de aproximadamente 1,3 milhão de habitantes. Essa região apresenta grande riqueza mineral (minério de ferro), além do desenvolvimento da pecuária.
O estado de Tapajós, por sua vez, terá 722.000 quilômetros quadrados, sendo, portanto, o mais extenso. Apesar de compreender a maior área do Pará, essa região é a menos populosa: cerca de 1 milhão de habitantes. Sua capital será a cidade de Santarém. Essa região apresenta pouco desenvolvimento econômico, composta por grandes áreas preservadas e muitos rios.
Restariam cerca de 240.689 quilômetros quadrados para o estado do Pará, sua população seria reduzida para aproximadamente 5,2 milhões de habitantes.
Opositores a essa divisão argumentam que esse processo geraria gastos desnecessários para a União e que essa proposta é uma estratégia política, pois 3 novos cargos de senadores e 8 de deputados seriam proporcionados para cada um desses novos estados.
Outro aspecto negativo alegado refere-se à economia dessas novas unidades federativas, visto que a região de Tapajós possui grandes áreas florestais, sendo proibido o desmatamento, além de reservas indígenas e áreas de conservação integral. No entanto, os defensores dessa divisão alegam que Tapajós possui grande potencial econômico, através da expansão da fronteira agrícola.
Fonte: Brasil Escola
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Dados apontam, ainda, que a divisão daria origem a um estado extremamente violento e outro extremamente pobre. Para se ter uma ideia, Marabá - que seria a capital de Carajás - é a quarta cidade em número de assassinatos, enquanto Tapajós seria o segundo estado mais pobre do Brasil, perdendo apenas para Roraima.
Porém, a realidade dessa porção da Região Norte é um tanto distante para os habitantes de das regiões Sudeste e Sul, por exemplo. Além da pobreza, as tensões nas áreas rurais são intensas, tendo como consequência um grande número de mortes que, em muitos casos, nunca chega a grande mídia. Todavia, é preciso considerar os prós e os contras dessa nova divisão do território brasileiro. De fato, num estado com a dimensão territorial do Pará, as políticas públicas acabam se tornando ineficazes, devido as diferentes realidades de um espaço geográfico tão extenso. Mas a realidade brasileira, principalmente no caso das regiões Norte e Nordeste, mostra que tais problemas não são solucionados por falta de interesse político, já que muitos lucram - e muito - com o sofrimento de tantas pessoas. O problema em si não é o tamanho do território. O problema é que, infelizmente, o sofrimento de tantos brasileiros e brasileiras enche os bolsos de muitos daqueles que deveriam zelar por suas vidas.
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